domingo, 16 de março de 2014

Desgosto

Chico Buarque


"O Chico Buarque... elogia Cuba, mas não quer morar lá. No Brasil o Chico publica o livro que quer, faz a poesia que quer, canta a canção que quer, fala mal do governo - um cara que faz tudo isso não vai querer morar num país onde não se faz nada disso, né? Então é mentira. É a mesma coisa do esquerdismo. O cara não tem coragem de dizer que Cuba é uma ditadura. Era um sonho maravilhoso e não deu certo. Eu passei a minha vida quase toda sendo comunista, fui preso, mas voltei a pensar e vi que tava errado. O propósito de Cuba é o melhor e mais generoso possível: - querer a sociedade justa. Só que tá provado que o caminho não é esse e as pessoas não têm coragem de dizer. As pessoas vivem de mentira, é tudo hipocrisia, uma cretinice... Já pensou que não existe mais opinião? Tudo é preconceito. Qualquer opinião que contraria o que está estabelecido é preconceito". Ferreira Gullar, em entrevista à revista piauiense Revestres, Jan/Fev 2014.

domingo, 6 de novembro de 2011

Ser Carioca♥



Ser carioca é estar sempre de bem com a vida. É estar em paz com o mundo. É um estado do espírito.

Ser carioca é sentir na boca um gosto insípido de segunda-feira.

Ser carioca é sair para o trabalho com um samba na alma. É pensar na morena, na mulata e na sexta-feira que vem.
Ser carioca é dormir bem tarde, só pra não ter que acordar cedo.

Ser carioca é comer feijoada; é falar de política; é ser fã do Drummond. É flertar com a lua, sendo amante do sol.

Ser carioca é brincar com cachorro, é gostar de criança, é gostar de verão. É um jeito de fazer poesia com a vida.

Ser carioca é o papo com o amigo, regado a chopinho. É ver a gíria da esquina na novela das oito. Ser carioca é estar no front da vida.

É dar bom dia para a vida, é ser Mangueira, é ser Portela, é ser Salgueiro.

Ser carioca é receber um paterno abraço do Cristo Redentor sempre que estiver sob sua égide protetora.

Ser carioca é cultuar a praia e o amor à natureza. É brigar pelo índio.
Ser carioca é gostar do turista, é cobrar os direitos humanos, é não gostar de poluição. É zelar pela paz interior e rezar pela paz no mundo.

Ser carioca é a ginga no corpo, a malícia no andar e o batuque na mão.

Ser carioca é gostar de dormir, é gostar de sonhar. É a “fezinha no bicho” para a realização de um sonho ainda maior.

Ser carioca é a coisa mais linda, mais cheia de graça, é ser carinhoso, é ser um chorão. É venerar o Vinícius, é louvar Pixinguinha.






Ser carioca é essencial.







Carioca, Coisa de Carioca, História do Rio♥


A história do Biscoito O Globo

Feijoada? Que nada, o verdadeiro prato ícone carioca é o Biscoito Globo. Feijoada você consegue comer em qualquer lugar do mundo, mas o Biscoito O Globo só no Rio de Janeiro mesmo. É parte da cultura carioca e o vendedor deles da paisagem carioca.

Seja na praia ou no engarrafamento. Inclusive, no texto sobre “Ser Carioca” fala do biscoito:
Usar os engarrafamentos para comprar biscoito Globo e apreciar a paisagem.
E até nos “Momentos Históricos do Rio de Janeiro” compilados pela Veja Rio, está lá o Biscoito Globo. No texto “Carioquices” do André Delacaerda, também está lá. Até item de decoração já é…
De acordo com o site do Biscoito Globo, a história teve início no ano de 1953 quando os irmãos Milton, Jaime e João Ponce, em virtude da separação dos pais, foram morar com um primo que possuía uma padaria no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Os irmãos aprenderam a fazer biscoitos de polvilho com o primo, os quais eram vendidos nas ruas da capital paulista.
Em 1954, aproveitando o grande contingente de um congresso eucarístico no Rio de Janeiro, os irmãos Ponce resolveram vender seus biscoitos na capital carioca. Com base no sucesso das vendas os irmãos Ponce anteviram que, dadas as características do biscoito, o Rio de Janeiro seria o mercado ideal para seu produto.
O biscoito de polvilho foi batizado com o nome Globo, homônimo à padaria para a qual foram contratados, localizada em Botafogo. Iniciava-se então a história dos famosos biscoitos de polvilho. O ano era 1955 e os biscoitos eram vendidos nesta padaria e em mais sete outras, dos mesmos proprietários.
Notando a grande demanda pelo biscoitos, os irmãos Ponce passaram a vender o produto para outras redes de padarias e em 1963 formaram sociedade com um português, expert em pães, o Sr. Francisco Nunes Torrão, que se mantém até hoje. Esta nova empresa foi denominada oficialmente Panificação Mandarino Ltda.

Até Quando? Gabriel O Pensador

Até Quando?


Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer censura
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!!
A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada,
até quando vai ficar sem fazer nada

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Gosto♥ Casa Arrumada! ( Carlos Drummond de Andrade)



Casa arrumada é assim:


Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desgosto crianças pobres

Crianças em áreas urbanas pobres têm dobro de probabilidade de morrer

Crianças das áreas urbanas mais pobres têm o dobro de probabilidade de morrer antes de completar 5 anos, se comparadas às crianças que vivem em regiões ricas das cidades. A conclusão é de um estudo elaborado pela agência das Nações Unidas para a habitação (UN-Habitat) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
As informações são da BBC Brasil. No Brasil, a taxa geral de mortalidade antes dos 5 anos é de 20 a cada mil nascimentos. Nas Américas, essa taxa em áreas urbanas ricas é cerca de 30 e quase dobra nas áreas urbanas mais pobres. Na África, pode chegar próximo de 140 nas áreas urbanas empobrecidas.“Olhando para além dos efervescentes centros de consumo e edifícios, as cidades do mundo hoje contêm cidades escondidas, onde pessoas sofrem desproporcionalmente com más condições de saúde. Nenhuma cidade está imune a esse problema”

sábado, 13 de novembro de 2010

PONTO DE VISTA: POBREZA, DESIGUALDE E SERVIDÃO

PONTO DE VISTA: POBREZA, DESIGUALDE E SERVIDÃO: "O Brasil tem um problema gravíssimo de distribuição de renda. De acordo com o índice de Gini, nosso país está entre os mais desiguais do mu..."

Bolsa família não é, e nunca será a solução, mas educação só assim dará oportunidade de emprego e informação dos nossos dirigentes!...Fora Bolsa esmola!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Gosto♥ Ruth Cardoso

Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso

* Araraquara, SP. – 19 de Setembro de 1930 d.C

+ São Paulo, SP. 24 de Junho de 2008 d.C

Antropóloga brasileira, professora da Universidade de São Paulo. Era casada com Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil. Durante o mandato do marido, fundou e presidiu o Comunidade Solidária, atual Comunitas, organização responsável por programas sociais e de voluntariado. Morreu em sua residência, em decorrência de problemas cardíacos, um dia após realizar cateterismo cardíaco e receber alta hospitalar.

Formação acadêmica

Foi doutora em antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e, como docente e pesquisadora, atuou na USP, Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso/Unesco), Universidade do Chile (Santiago do Chile), Maison des Sciences de L’Homme (Paris), Universidade de Berkeley (Califórnia) e Universidade de Columbia (Nova Iorque).


Era membro associado do Centro para Estudos Latino-Americanos da Universidade de Cambridge (Inglaterra) e membro da equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap – São Paulo).

Publicou vários livros e trabalhos sobre imigração, movimentos sociais, juventude, meios de comunicação de massa, violência, cidadania e trabalho.


Homenagem Ruth Cardoso

Ruth Cardoso - A importância do Terceiro Setor Parte6

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Gosto♥ Carioca irado!!

Ainda bem que nem tudo está perdido!...Gosto de ver que ainda tem carioca com entendimento dos nossos governantes!!!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Desgosto do café brasileiro



Chocolate e café no Brasil: gosto ou desgosto?
Publicado por Glauco

[Post atua­li­zado. 10/abr/2010]

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choco­late de terceira (quinta?) cate­go­ria. E caros! (abuso de fabri­can­tes + impos­tos amar­gos que o governo enfia em nosso cora­ção como uma faca)

No Brasil, choco­late está cada vez pior. Saudade da minha infân­cia… Até Bis,Sonho de Valsa e Batom eram bons!

Sabe quando você comerá choco­late real­mente de primeira cate­go­ria? Quandoviajar para o exte­rior. Aproveite! Compre em qual­quer lugar! Chocolates bara­tos, inclu­sive! Abuse! Traga vários para o Brasil!

Mesmo quando se trata de produto mais caro, mais “sele­ci­o­nado”, o brasi­leiro não tem mais acesso ao booo­o­oom choco­late que se vê lá fora. Hoje, o mais próximo, aqui, é a linha Kopenhagen — prin­ci­pal­mente o choco­late chamado Língua de Gato. A Cacau Show também oferece uns bons produ­tos. Ah, comprar choco­late impor­tado? Estranhamente, não é igual. Por que será?…

Você come algum choco­late vendido no Brasil… e gosta? Sinto muito: você pensaque conhece choco­late. Dependendo de sua idade, já comeu choco­late gostoso por aqui, muitos anos atrás. Mas pode ter esque­cido o verda­deiro sabor,acostumando-se com o sabor atual. É como a pessoa com boa visão que fica míope no decor­rer de alguns anos: como o declí­nio da visão é gradual, a pessoa sempre pensa que a maneira como enxerga é correta; um dia, quando coloca óculos ou lentes de contato, é um choque, a pessoa redes­co­bre o mundo, percebe quanto enxer­gava mal.

A situ­a­ção é irri­tante. Em países desen­vol­vi­dos, o choco­late barato é gostoso. Chega a ser ofensa compará-lo com choco­la­tes vendi­dos no Brasil. Na Holanda, por exem­plo, comprei choco­late COMUM em super­mer­cado, produto de apenas $1,5 euro, e até hoje o sabor marca no meu pala­dar. Trouxe vários para casa. Um choco­late bara­ti­nho em Portugal também humi­lhou o choco­late vendido no Brasil. Um produto da Nestlé (esqueci o nome, me descul­pem) muito vendido no Brasil, meio caro e sem graça, é vendido também na França; comprei em Paris… e nem pude acre­di­tar na enorme dife­rença. O mesmo produto, mas com capri­chos dife­ren­tes na produ­ção, no sabor.

Sim, é irri­tante. Mostra a falta de respeito com que a indús­tria em geral trata o brasi­leiro. Parece que dizem: “Ah, pra esse povo aí qual­quer coisa serve! A gente capri­cha pros outros!”. Não nos respei­tam mais nem quando se trata de produto mais caro!

Pior: isso não se resume a choco­late. Ahn? Acha exagero meu? OK. Aqui vai mais uma: veja as frutas que compra­mos em nossos super­mer­ca­dos, depois observe as frutas que os países desen­vol­vi­dos compram de nós. Ficará confuso, pensará que não são frutas do mesmo país. Sim, há frutas de boa quali­dade por aqui, mas nota-se a dife­rença nas expor­ta­das. (“Para brasi­lei­ros, a quali­dade inferior.”)

Olhe bem para mim. Eu sou o café tomado no Brasil.

Concentre-se. Eu sou bom. Eu sou muito, muito gostoso.
Oooooooouuuuuuuuummmmmmmmmmmmmm…
Café é outra tris­teza! Mas aten­ção: aqui eu falo para o “cafeó­la­tra”, como eu — a pessoa que apre­cia café, não toma só por tomar, por vício; a pessoa que deseja um café forte e encor­pado. Eu simples­mente não encon­tro, no Brasil, mais nenhum café digno de elogio. Há, no máximo, o café razoá­vel.

“Ah, mas o Brasil é o tradi­ci­o­nal produ­tor e expor­ta­dor de café! Nós temos o melhor do planeta!” Realmente! Mas não para consumo interno. Se você nunca foi para país desen­vol­vido, gosta de algum café daqui e me acha agora um exigente chato, sinto dizer que você não sabe o que pensa em rela­ção a café. Você pensa que conhece o verda­deiro bom café. Pode ter tomado um café melhor no passado. Vale aqui o mesmo exem­plo do míope.

Mais uma vez, o desres­peito ao brasi­leiro. Separa-se o melhor grão para envio a outros países. Para nós, pobres brasi­lei­ros, o café COMUM… ou o RUIM… ou o HORRÍVEL.

Todo mundo lá fora conhece a fama do Brasil em rela­ção a café. (Aliás, a fama não passa disso: café, samba, carna­val, fute­bol. Ponto final.) Aprecia-se o grão brasi­leiro como o melhor. E é mesmo: o Brasil produz o melhor café do planeta. Mas boqui­nha de brasi­leiro, em terri­tó­rio verde e amarelo, não prova o café delicioso.

Em outros países, entro em várias cafe­te­rias. É uma paixão. Quando falo que sou do Brasil, muitos dizem: “Oh, um brasi­leiro, alguém que conhece mesmo café! Toma o melhor do mundo!”. Aaaaaah, tá!…

Em Paris, uma pessoa chegou a dizer que tinha inveja (!) de mim, pelo café que eu tomo no meu dia-a-dia. Que fran­cês iludido e desin­for­mado! Ainda tinha conceito inverso: o melhor fica­ria no Brasil, em vez de ser expor­tado. Tadinho do fran­cês!

Em Amsterdã, o simpá­tico aten­dente de uma ines­que­cí­vel cafe­te­ria disse, com orgu­lho, que só usa grão brasi­leiro. E que ia capri­char muito no meu café, para que eu ficasse feliz tomando ali um café como o que eu tomo em minha rotina no Brasil. Eu disse: “Que bom! Finalmente um bom café! Precisei enfren­tar 11 horas de viagem, atra­ves­sar oceano… para tomar coisa boa de verdade!”. Ele se assus­tou, aí eu expli­quei. Aliás… que café!!! Minha nossa! Aquilo não se toma no Brasil, não! Como pode ser grão brasi­leiro?! (Para conhe­cer essa cafe­te­ria, clique aqui e leia um outro post do blog.)

Dos Estados Unidos eu nem falo, porque lá eles compram grão de quali­dade para “estra­gar” depois. Para mim e para os apre­ci­a­do­res de café, o café do jeito que eles tomam é “here­sia”. Um chá. Nada como um café na Europa (em qual­quer país).

Tenho máquina de espresso (com s mesmo) em casa. Mas não consigo o mesmo prazer. Quero AQUELE café da Europa. Aquele café BRASILEIRO! Por que não tenho esse direito?!

Dias atrás, minha mãe comprou, num super­mer­cado daqui de Brasília, um pacote com grão de quali­dade “supe­rior”. Pagou umas 6 vezes mais caro que o pacote normal. Confesso que o café era melhor, mas ainda assim estava longe do café brasi­leiro que se toma na Europa. Não vale gastar dinheiro a mais.

Ah! Os preços! Lá vem explo­ra­ção no Brasil, lá vem imposto demo­níaco! Como se justi­fica o preço de um espresso no Brasil? Em Portugal, por exem­plo, este ano mesmo, o mais caro que paguei por um expresso daque­les foi 1 euro. É comum pagar 80 centa­vos de euro. Em uma ótima cafe­te­ria de um shop­ping luxu­oso de Lisboa, paguei… 65 centa­vos! Isso depois de eles impor­ta­rem o nosso café?! Então como se justi­fi­cam os preços no Brasil??? Vale lembrar: o euro­peu já ganha em euro; não converte moeda. A reali­dade deles é pagar aque­les centa­vos por um café que nós não sonha­mos em tomar no Brasil!

Como sempre, em TODOS os seto­res, os preços no Brasil são um delí­rio injus­ti­fi­cá­vel e incompreensível.

Se você viajar para a Europa… abuse com café e choco­late! Gastará pouco… e terá alta quali­dade na boca.

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(Republicação deste post. Revisto e atualizado.)

sábado, 24 de julho de 2010

Desgosto de acordar cedo!


Às vezes dá vontade de desistir de tudo,
não sair mais de casa, dormir e dormir....
Acabo sempre acordando cedo no dia seguinte...
continuando tudo da mesma forma,
na verdade não sei bem prá quê..

Caio F. Abreu

Gosto♥ A Janela dos Outros

A Janela dos Outros (Martha Medeiros)

No livro, de ficção ( os desafios da terapia) do psiquiatra Irvin Yalom, ele discute alguns relacionamentos padrões e reais entre terapeuta e pacientes...
Ainda no início do livro, ele conta a história de uma paciente que tinha um relacionamento difícil com o pai.
Quase nunca conversavam, mas surgiu a oportunidade de viajarem juntos de carro e ela imaginou que seria um bom momento para se aproximarem.
Durante o trajeto, o pai, que estava na direção, comentou sobre a sujeira e degradação de um córrego que acompanhava a estrada..
A garota olhou para o córrego a seu lado e viu águas límpidas, um cenário de Walt Disney.
E teve a certeza de que ela e o pai realmente não tinham a mesma visão da vida. Seguiram a viagem sem trocar mais palavra.
Muitos anos depois, esta mulher fez a mesma viagem, pela mesma estrada, desta vez com uma amiga.
Estando agora ao volante, ela surpreendeu-se: do lado esquerdo, o córrego era realmente feio e poluído,
Como seu pai havia descrito, ao contrário do belo córrego que ficava do lado direito da pista.
E uma tristeza profunda se abateu sobre ela por não ter levado em consideração o então comentário de seu pai, que a esta altura já havia falecido.
Parece uma parábola, mas acontece todo dia: a gente só tem olhos para o que mostra a nossa janela, nunca a janela do outro.
O que a gente vê é o que vale, não importa que alguém bem perto esteja vendo algo diferente.
A mesma estrada, para uns, é infinita, e para outros, curta. Para uns, o pedágio sai caro; para outros, não pesa no bolso.
Boa parte dos brasileiros acredita que o país está melhorando, enquanto que a outra perdeu totalmente a esperança.
Alguns celebram a tecnologia como um fator evolutivo da sociedade, outros lamentam que as relações humanas estejam tão frias.
Uns enxergam nossa cultura estagnada, outros aplaudem a crescente diversidade.
Cada um gruda o nariz na sua janela, na sua própria paisagem. Eu costumo dar uma espiada no ângulo de visão do vizinho.
Me deixa menos enclausurada nos meus próprios pontos de vista, mas, em contra partida, me tira a certeza de tudo.
Dependendo de onde se esteja posicionado, a razão pode estar do nosso lado, mas a perderemos assim que trocarmos de lugar.
Só possuindo uma visão de 360 graus para nos declararmos sábios. E a sabedoria recomenda que falemos menos,
Que batamos menos o martelo e que sejamos menos enfáticos, pois todos estão certos e todos estão errados em algum aspecto da análise.
É o triunfo da dúvida. Vale a pena pensar nisso!!!!!!!